segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Tudo sobre transplante de fezes!

Como o próprio nome diz, nesse processo inserem-se fezes alheias no intestino do paciente, por via anal, oral ou nasal. Tudo começa quando a pessoa usa algum antibiótico para tratar de uma doença. Como efeito colateral, o remédio mata uma parte excessiva dos trilhões de bactérias presentes no intestino (grupo chamado de microbiota). Essa chacina permite que uma bactéria invasora, a Clostridium difficile, se reproduza, causando dores e diarréias terríveis. Extremamente resistente, a dita-cuja costuma ser combatida com mais antibióticos, mas os cientistas descobriram que, quando se trata da variedade mais resistente da criatura, eles só dão resultado em 30% dos casos. Já o transplante de fezes funciona em 90%, porque o material transferido contém uma microbiota saudável, que recoloniza a região e impede a proliferação da invasora. Por ser novo, o tratamento ainda não foi regulamentado em vários países, inclusive no Brasil, mas já é realizado em caráter experimental em São Paulo. Assim esse método não possui contra-indicações nem efeitos colaterais.
O processo:
1. O doador de fezes é sempre compatível - basta ser saudável e não ter tomado antibióticos há pelo menos três meses. Ele passa por exames de fezes e de sangue e, geralmente, é um membro da família, por questões psicológicas. No Brasil, utiliza-se uma mistura de dois doadores para obter uma microbiota de maior qualidade.
2. O doador faz cocô em casa ou no hospital. O material é guardado num potinho plástico e deve ser usado em até seis horas. No hospital, é misturado a soro fisiológico em um liquidificador. Cada 500 ml de soro requer de 50 a 100 g de fezes. Para deixar a mistura bem líquida, pode-se filtrá-la ou centrifugá-la.
3. Há quatro maneiras de fazer a infusão das fezes no tubo digestivo. Duas delas são por via superior, utilizando uma sonda nasogástrica (que entra pela cavidade nasal) ou um endoscópio (pela boca). Ambas passam direto pelo estômago e chegam ao jejuno, a segunda parte do intestino delgado, onde o cocô é despejado.
4. Os outros métodos são pelo ânus, via colonoscopia ou enema. A primeira é mais eficaz, porque a mangueira pode ir mais fundo, mas o enema, disponível em farmácias, tem a vantagem de poder ser aplicado em casa, pelo próprio paciente. Cerca de 300 ml de fezes são transplantados.
5. O procedimento todo dura no máximo 15 minutos e o paciente pode ser sedado para evitar reações de nojo. Não se sente nada além dos efeitos comuns de uma endoscopia ou colonoscopia e, após pelo menos uma hora, o paciente já pode ir normalmente ao banheiro fazer seu primeiro cocô recolonizado.
Agora, além de ser usado para tratamento de diarréias e fortes dores causadas por antibióticos, esse método também vem sendo testado para ser usado contra a obesidade. Assim, uma equipe do Hospital Geral de Massachusetts, deve fazer esse teste num período de 12 semanas, administrando as bactérias de voluntários magros a 20 pacientes obesos.
ideia não tem nada de alienígena. Dessa forma, um estudo em 2013 pegou pares de ratinhos gêmeos, um magro, outro gordo, e conseguiu fazer com que trocassem de lugar - isto é, o magro ficou gordo e vice-versa - alterando as bactérias em seus intestinos. Ano passado, uma mulher que recebeu um transplante de fezes para curar uma infecção recorrente acabou ganhando peso vertiginosamente. Isso indica que o microbioma pode ter um papel crucial naquilo que faz com que alguns tenham o poder mágico de transformar 250 gramas de salada em 2 quilos de gordura, enquanto outros podem viver numa dieta de Big Mac e refrigerantes e permanecerem fininhos.

Além, de estar sendo testado e usado para essas doenças, cientistas também cogitam usar o tratamento para estas doenças:
Colites
Síndrome do intestino irritável
Doença de Crohn
Síndrome metabólica
Diabetes
Esclerose múltipla
Autismo
Doença de Parkinson
Contudo, acredito que esse método pode e provavelmente servirá para a cura de diversas doenças, o que pode vir a ajudar milhões de pessoas no mundo inteiro que sofrem com determinadas doenças, por isso acredito que esse método deve ser levado a frente, pois ele pode significar uma vida melhor para os que possuem essas doenças. Mas eu espero nunca precisar de um desses!!!

Referencias Bibliográficas:
Consultoria de: Arnaldo Ganc, presidente do Instituto de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva (Iged) e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Colleen Kelly, gastrenterologista e professora assistente clínica da Escola de Medicina Brown Alpert, e Alexander Khoruts, gastrenterologista e professor associado de Medicina da Universidade de Minnesota.

Feito por: Maria Elis, Ana Helena e Yasmin Victória


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