Como o próprio nome diz, nesse processo inserem-se fezes alheias no
intestino do paciente, por via anal, oral ou nasal. Tudo começa quando a pessoa
usa algum antibiótico para tratar de uma doença. Como efeito colateral, o
remédio mata uma parte excessiva dos trilhões de bactérias presentes no
intestino (grupo chamado de microbiota). Essa chacina permite que uma bactéria
invasora, a Clostridium difficile, se reproduza, causando dores e diarréias
terríveis. Extremamente resistente, a dita-cuja costuma ser combatida com mais
antibióticos, mas os cientistas descobriram que, quando se trata da variedade
mais resistente da criatura, eles só dão resultado em 30% dos casos. Já o
transplante de fezes funciona em 90%, porque o material transferido contém uma
microbiota saudável, que recoloniza a região e impede a proliferação da
invasora. Por ser novo, o tratamento ainda não foi regulamentado em vários
países, inclusive no Brasil, mas já é realizado em caráter experimental em São Paulo. Assim esse método
não possui contra-indicações nem efeitos colaterais.
O processo:
1. O doador de fezes é sempre compatível -
basta ser saudável e não ter tomado antibióticos há pelo menos três meses. Ele
passa por exames de fezes e de sangue e, geralmente, é um membro da família,
por questões psicológicas. No Brasil, utiliza-se uma mistura de dois doadores
para obter uma microbiota de maior qualidade.
2. O doador faz cocô em casa ou no
hospital. O material é guardado num potinho plástico e deve ser usado em até
seis horas. No hospital, é misturado a soro fisiológico em um liquidificador.
Cada 500 ml de soro requer de 50 a 100 g de fezes. Para deixar a mistura bem
líquida, pode-se filtrá-la ou centrifugá-la.
3.
Há quatro maneiras de fazer a infusão das fezes no tubo digestivo. Duas delas
são por via superior, utilizando uma sonda nasogástrica (que entra pela cavidade nasal) ou um endoscópio (pela
boca). Ambas passam direto pelo estômago e chegam ao jejuno, a segunda parte do
intestino delgado, onde o cocô é despejado.
4. Os outros métodos são pelo ânus, via
colonoscopia ou enema. A primeira é mais eficaz, porque a mangueira pode ir
mais fundo, mas o enema, disponível em farmácias, tem a vantagem de poder ser
aplicado em casa, pelo próprio paciente. Cerca de 300 ml de fezes são
transplantados.
5. O procedimento todo dura no máximo 15
minutos e o paciente pode ser sedado para evitar reações de nojo. Não se sente
nada além dos efeitos comuns de uma endoscopia ou colonoscopia e, após pelo
menos uma hora, o paciente já pode ir normalmente ao banheiro fazer seu
primeiro cocô recolonizado.
Agora, além de ser usado para tratamento
de diarréias e fortes dores causadas por antibióticos, esse método também vem
sendo testado para ser usado contra a obesidade. Assim, uma equipe do Hospital
Geral de Massachusetts, deve fazer esse teste num período de 12 semanas,
administrando as bactérias de voluntários magros a 20 pacientes obesos.
A ideia não tem nada de alienígena. Dessa
forma, um estudo em 2013 pegou pares de ratinhos gêmeos, um magro, outro gordo,
e conseguiu fazer com que trocassem de lugar - isto é, o magro ficou gordo e
vice-versa - alterando as bactérias em seus intestinos. Ano passado, uma mulher
que recebeu um transplante de fezes para curar uma infecção recorrente acabou
ganhando peso vertiginosamente. Isso indica que o microbioma pode ter um papel
crucial naquilo que faz com que alguns tenham o poder mágico de transformar 250
gramas de salada em 2 quilos de gordura, enquanto outros podem viver numa dieta
de Big Mac e refrigerantes e permanecerem fininhos.
Além, de estar sendo testado e usado para
essas doenças, cientistas
também cogitam usar o tratamento para estas doenças:
Colites
Síndrome do intestino irritável
Doença de Crohn
Síndrome metabólica
Diabetes
Esclerose múltipla
Autismo
Doença de Parkinson
Contudo, acredito que esse método pode e
provavelmente servirá para a cura de diversas doenças, o que pode vir a ajudar
milhões de pessoas no mundo inteiro que sofrem com determinadas doenças, por
isso acredito que esse método deve ser levado a frente, pois ele pode
significar uma vida melhor para os que possuem essas doenças. Mas eu espero
nunca precisar de um desses!!!
Referencias Bibliográficas:
Consultoria de: Arnaldo Ganc, presidente do Instituto de
Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva (Iged) e membro do corpo clínico do
Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Colleen Kelly, gastrenterologista e
professora assistente clínica da Escola de Medicina Brown Alpert, e Alexander
Khoruts, gastrenterologista e professor associado de Medicina da Universidade
de Minnesota.
Feito por: Maria Elis, Ana Helena e Yasmin Victória
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