segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Uma ajuda dos urubus

Para muitos de nós, os urubus sinalizam mau agouro ou – diz a tradição! – que vai chover no dia seguinte. Mas cientistas da Universidade Nacional Maior de San Marcos, no Peru, veem nesses animais possíveis aliados na fiscalização do despejo clandestino de lixo. Por isso, têm utilizado os urubus para localizar lixões na cidade de Lima, capital do país.
O projeto está baseado numa característica do comportamento dessas aves: para buscar alimento nas grandes cidades, elas costumam se aproximar de regiões onde há muito lixo acumulado. Essa foi uma forma de os urubus se adaptarem ao ambiente urbano, conta o biólogo Weber Novaes, da WGN Consultoria Ambiental. “Na natureza, os urubus se alimentam de matéria orgânica em decomposição, e o lixo que o ser humano produz acaba se tornando algo próximo disso em seu novo habitat”, justifica.
Equipados com câmeras e aparelhos de GPS, urubus-de-cabeça-preta voam até 200 quilômetros por dia e ajudam cientistas de Lima a encontrar lixões.
Outro fator importante para a escolha desses animais foi a grande distância percorrida em seus voos diários. “Sem bater asas, por se aproveitar das correntes de ar, o urubu pode voar até 200 quilômetros por dia e nem gasta muita energia”, afirma Weber. São os ajudantes de que os cientistas estavam precisando!
Os pesquisadores decidiram, então, equipar urubus-de-cabeça-preta (Coragypsatratus), comuns na região, com câmeras e aparelhos de GPS. Quando eles voam atrás de comida, os pesquisadores observam as imagens captadas pela câmera e usam o GPS para localizar o ponto da cidade onde existe acúmulo de lixo.
A campanha recebeu o nome de Gallinazo Avisa (que quer dizer “Urubu Avisa”, em espanhol) e tem como objetivo, além de localizar os lixões, conscientizar os moradores sobre como o despejo incorreto do lixo pode causar danos ambientais e à saúde da população.
No Brasil, segundo Weber, poucos pesquisadores estudam os urubus. Mas conhecer a fundo esses animais poderia ser muito útil! O cientista contou que entender melhor a movimentação das aves nas cidades poderia evitar uma série de acidentes nos aeroportos brasileiros.
Publicado por: Yasmin S., Ana Carolina e Gabriela.

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